Retalhos de memórias alinhavados entre lãs, linhas, notas, telas e lembranças.

Inajá Martins de Almeida

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"Manter um diário ou escrever, as próprias memórias deveria ser obrigação “imposta pelo estado”: o material acumulado após três ou quatro gerações teria valor inestimável. Resolveria muitos problemas psicológicos e históricos que afligem a humanidade. Não existe memória, embora escritas por personagens insignificantes, que não apresentem valores sociais e pitorescos de primeira ordem”.

(Tomasi di Lampedusa - Os Contos)

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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

MOMENTOS...

por Inajá Martins de Almeida



2015
Outro ano se inicia.
Novos sonhos.
Novas perspectivas.

Momentos...
Retalhos solitários
engavetados
aguardam!




O tempo? Quem poderá sabê-lo?

Quem poderá unir seus pontos?
Tecer encontros?
Dar sentido aos fios?

Eis que possível fora!

O entalhe na madeira
Retorna aos sonhos o artesão!

A almofada pede aconchego.












A cúpula guarnece-se de retalhos amealhados.

O tempo passado insiste em adentrar o presente
e a presenteia.

Presente de encontros.
Sentidos nos fios, sentido. 

Quadros ornamentam paredes brancas
e as tecem.
Enebriantes brancas paredes.




Mãos que pintam. Retratam momentos
a se perpetuarem em molduras
que se emolduram em lembranças.

 Nas telas,
a cada pincelada,
cores 
tornadas lembranças.




A colcha.
Retalho que se transforma
Recompõe o ambiente
Dá novo sentido ao que era.


Lembranças que passam...
Lembranças que ficam nos fios.
Permanecem lembranças.


Retalhos!
Sempre retalhos.









Cada fio 
a dar sentido aos momentos
aguarda o momento!...


Cada momento
a dar sentido aos fios
 tece...




Fotos : Elvio Antunes de Arruda
Crochê : Inajá Martins de Almeida

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São Carlos - 06/01/2015