Retalhos de memórias alinhavados entre lãs, linhas, notas, telas e lembranças.

Inajá Martins de Almeida

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"Manter um diário ou escrever, as próprias memórias deveria ser obrigação “imposta pelo estado”: o material acumulado após três ou quatro gerações teria valor inestimável. Resolveria muitos problemas psicológicos e históricos que afligem a humanidade. Não existe memória, embora escritas por personagens insignificantes, que não apresentem valores sociais e pitorescos de primeira ordem”.

(Tomasi di Lampedusa - Os Contos)

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

UM VIOLÃO ENTRE LÃS, LINHAS E ACORDES - ACORDA

por Inajá Martins de Almeida

Um violão.
A sonoridade paira no ar.
Há melodia no toque suave.

Feixe de luz ilumina o ambiente.
Quarto que embala sonhos de moça.
Mãos que dedilham as cordas
Coração pulsa paixão:

arte da música nos acordes
arte das lãs e linhas nos acordam

Linhas nas cordas
Cordas que interpretam linhas.
Mente e alma sonham sonhos
A corda repica arpejos:
Acorda sonhos de menina mulher.

Dó, ré mi
a me fazer lembrar
o sonoro do sol, lá, como se aqui fora.
Si voltar pudera
Quem dera.
Direito apenas às linhas


Felicidade
Tela em branco ofertada
ao pintor!

O intérprete
entregue à Música!

A arte da vida
diante do  vivente.
Buquê de Letras!
Buquê de Emoções!

Distante os anos
podem contar tempo.
Acordes acordam sonhos
Menina moça. 
Mulher senhora.

As cordas do violão
As teclas do piano
Acordes acordam...
Música... Sempre divina música...


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Distante os anos. A  primeira imagem foi registrada em  fevereiro de 1974. A segunda em dezembro de 2011. Lembrança que o tempo insiste em não apagar.


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