Retalhos de memórias alinhavados entre lãs, linhas, notas, telas e lembranças.

Inajá Martins de Almeida

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"Manter um diário ou escrever, as próprias memórias deveria ser obrigação “imposta pelo estado”: o material acumulado após três ou quatro gerações teria valor inestimável. Resolveria muitos problemas psicológicos e históricos que afligem a humanidade. Não existe memória, embora escritas por personagens insignificantes, que não apresentem valores sociais e pitorescos de primeira ordem”.

(Tomasi di Lampedusa - Os Contos)

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sábado, 24 de maio de 2008

O LOUVOR DA MULHER VIRTUOSA


Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede o de finas jóias.

Busca lã e linho e, de bom grado, trabalha com as mãos.

Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca.

Não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate.

Faz para si cobertas, veste-se de linho puro e de púrpura.

Faz roupas de linho fino, e vende-as.

Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.
(Provérbios 31: 10/31)


Enquanto em seu violão Inajá executa uma peça musical, o olhar do fotógrafo, seu pai, aproveita o momento para registrar a cena. Os detalhes fazem a diferença. Um vestido verde em croche confeccionado por ela, uma colcha na cama, tecida em lã colorida em que mãos habilidosas da mãe se vêem presente. Na cômoda a toalhinha de croche ornamenta o móvel. Enfim, tudo expira e inspira a linha, desta que conta.
Esta era o ano de 1974 na cidade de São Paulo.
11º andar prédio de esquina da praça Vicente Celestino. 
Hoje no local encontra-se o majestoso prédio do Museu da América Latina, obra do arquiteto Oscar Nyemaier.
Lembranças que o tempo não apaga.


Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida

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